Recordações/Paisagens de uma vida...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Paz...



Caminhando através da brisa, de cabelos ao vento, sem bússola, sem rumo, sem objectivo, tudo é uma simples manifestação de vida. Ali, no meio da multidão em sucessivas correrias, vivendo eu num mundo à parte, onde fechava os olhos e sentia o movimento dos carros, pessoas a natureza. As boas memórias apareciam, como se tratasse de um mero nascer do sol, radiante, brilhante, puro e divino, a minha alma enchia-se de luz, de cor, de paz.
O tempo passa, o sol vai morrendo aos poucos, a brisa aumenta, o movimento cresce, as crianças brincam do outro lado da rua e eu ali expectante, observador, não deixando escapar um movimento, um som, uma cor, uma expressão, um sorriso. Subitamente, fui atraído por um som trazido pela brisa do ar, era algo único, inesquecível, ganhei coragem, ganhei um rumo, um objectivo, persegui-o, queria senti-lo de mais perto. Era o som do mar a chocar com a terra, fiquei deliciado, senti-me pela primeira vez, preenchido, completo, algo que nunca tinha sentido antes. Ali, aprendi a ser quem sou, a apreciar cada nascer do sol, a dar importância à simplicidade e aos momentos e pessoas que me rodeiam, afinal de contas, viver é como o mar a embater na terra, tem de haver respeito mútuo.
O sol morre, a lua nasce, com ela vem a noite, morre a luz, a cor, fica na memória o sentimento de simplicidade, felicidade, paz. A brisa tornasse gélida, os sentimentos e os pensamentos congelam, a simplicidade vai esmorecendo muito lentamente, voltando a ganhar a sua força, o seu brilho, com o apreciar de um novo rebentar de uma luz, de um sonho, de um sol.


Saudações Lepras

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